30.1.06

Em defesa do Google

O Sebastian Mallaby no washigton post tem um artigo em defesa do Google acerca da questão chinesa:

[...] the Internet router firm Cisco had no qualms about building a great cyberwall around China, which blocks Chinese surfers from "subversive" foreign Web sites. Thus Yahoo has obliged the Chinese government by tracing pro-democracy e-mails to one of its users. The e-mailer has been jailed, and Yahoo has effectively become a Chinese police auxiliary.

But Google hasn't done that. It is creating a search service in China, http://www.google.cn/ , but it is not erecting cyberwalls or helping to arrest people. The new Google search service will give Chinese users access to better information than they had before -- a clear gain for freedom. And although the search service will be censored, it's hard to see this as a net loss. The censored material would not have reached China without Google's investment.

And that's not the best bit. Google has negotiated the right to disclose, at the bottom of its Chinese search results, whether information has been withheld -- a disclosure that may prompt users to repeat their search using google.com instead of google.cn. Of course, the second search might be frustrated by Cisco's routers. But disclosing censorship is half the battle. If people know they are being brainwashed, then they are not being brainwashed.


Tenho de lhe dar uma certa razão, pelo menos no que diz respeito ao último ponto.

Mesmo assim...

A música que eu seria segundo a Rádio Comercial



Você é aquilo a que se costuma chama uma pessoa fofucha. Sempre com um sorriso e um potencial apertão de bochechas para quem o rodeia, mantém ainda uma cândida doçura infantil. Porém, tem igualmente um lado negro obscuro. E que nem sempre é de confiança…

Pois, quem ia gostar deste veredicto era a minha ex, que era a grande fã dos Alphaville (a propósito, será que ela ainda é vivente nas águas do rio corrente, no sítio onde ela nasceu?)

Eu francamente acho que sou mais "Blue Monday" ou "True Faith" ou "Enjoy the Silence" ou "Stripped", mas está bem...

26.1.06

E este blogue

Claro, pois, isto é alojado pelo Google... pois... errr.

Que decepção!

O Google decidiu também baixar a bolinha ao governo chinês e aceitou censurar os resultas das pesquisas que providencia na China de acordo com os desejos dos comunistas/fascistas chineses. Segundo o comunicado, o BoM resolveu que é melhor dar alguma informação que nenhuma. Isto é obviamente de uma hipocrisia atroz. A diferença entre truncar informação e distorcê-la é ínfima. E claro que os senhores do Google sabem disso, mas como para muitos antes deles e muitos depois deles o que vale mais é correr atrás do dinheiro. Lá se foram os grandes ideias da companhia do "do not evil". Acho que com isto se acaba a minha esperança de que existq ainda gente com ética nos negócios. Não há. Por mais dinheiro que se tenha quer-se mais, e os grandes ideais valem sempre menos.

Por enquanto nem este nem muitos outros blogues são censurados... mas esperem pelo século da China que aí vem e vão ver.
Um dia haverá uma história por contar (por ter sido convenientemente "truncada") de como as grandes corporações venderam a nossa liberdade de expressão para dobrarem fortunas pasmosas, e na mesma penada aniquilaram toda a cultura ocidental.

No fundo não passam de uma cambada de putas baratas.

(Já não me chegava querer boicotar o Yahoo e a Microsoft - em que não me tenho saído mal- tenho agora de pensar em maneiras de hostilizar o Google... mas já tive uma ideia: vou começar a clicar o mais que possa em tudo quanto seja anúncio do AdSense by Google e nunca nunca comprar nada! Eventualmente hão-de começar a pagar mais pelos cliques do que o que ganham. Uns fulanos na Rússia já têm feito disso e extorquido bastante dinheiro ao Google)

25.1.06

Os notários

No PÚBLICO:

A Associação Portuguesa de Notários admite levar o Estado português a tribunal caso se confirme a transferência para as conservatórias de vários procedimentos relativos a empresas e até agora desempenhados de forma exclusiva e obrigatória pelos cartórios notariais.

É por ver patriotas destes em apuros que cada vez gosto mais do Sócrates.

23.1.06

Ou então...

... talvez esteja a ser um bocadinho melodramático (mas que hei-de fazer, gosto à brava de Brahms e das tragédias do Shakespeare...)

Aviso

Este blog encontra-se de luto pela pátria ilustre lusitana a quem Neptuno e Marte obedeceram e que agora obedece a tábua de madeira velha com cara de mau.

Até amanhã, ou depois, quando eu me recuperar desta infinita tristeza, desta profunda turbação. Hoje é dia de ouvir a 2 movimento da sétima do Bruckner, da terceira do Beethoven e uns nocturnos do Chopin... muitos nocturnos... a noite caiu.

22.1.06

Trabalho

Trabalho - s.m. fonte de dinheiro e frustrações.

18.1.06

O futuro começa a 22

O Graça Moura continua a picar-se com lixívia, o que pode ser perfeitamente comprovado pela leitura do seu panfleto pró-Cavaco de hoje no DN.

No meio do texto do dito panfleto saca esta brilhante razão para votar no Sr Dr Prof Almirante Comandante do Exército de Salvação e Dom Sebastião das Caldas:

"Para esse efeito, é imprescindível que haja total coesão e compreensão entre os órgãos de soberania, no âmbito de uma cooperação estratégica que potencie ao máximo as sinergias entre eles, sem deixar de respeitar as competências respectivas."

Ora, justamente, um dos grandes problemas do (sr dr prof etc...) Cavaco Silva é o seu entendimento do que é "coesão e compreensão" entre os orgãos de soberania. Nunca num sistema parlamentar como é o sistema português um presidente se deve ver como "treinador" do primeiro-ministro.

E não me venham outra vez com tretas de que temos um sistema semi-presidencialista como o francês, porque não o temos, basta dar uma vista de olhos na constituição, e os senhores constitucionalistas de direita só se lembraram de re-categorizar o sistema político português agora, pergunto-me porquê? Até já li artigos em que se defende que o nosso sistema tenderá mais para o semi-presidencialista ou para o parlamentar dependendo da personalidade do presidente e que portanto não se poderá esperar de Cavaco a mesma contenção que a de Soares e Sampaio, mas um presidente mais interveniente.
Coesão e compreensão? Pois pois...

PS: Quanto à teoria de conspiração de um possível golpe de estado da direita por meio de reinterpretação da Constituição: se acham tal coisa fora dos limites do verosímil, analisem bem o que tem acontecido nos Estados Unidos em relação ao equilíbrio de forças entre presidente e o Congresso. Bastou um constitucionalista de segunda inventar uma intepretação mal amanhada da constituição americana, um tal de John Yoo (a não confundir com o John Woo dos filmes de tirinhos), para que o presidente se sentisse no direito de fazer tudo o que lhe dá na telha. E se pensarmos que o que noutros países dá em escândalo, em Portugal é estática de rádio (veja-se o caso das escutas), os augúrios não são nada bons...

VOTA QUALQUER UM MENOS CAVACO!

(sim sim, até o Jerónimo, o Louçã, o Garcia Pereira... e até em branco!)

13.1.06

Porque é que os portugueses gostam do Cavaco

Não é preciso pensar muito nisso. Vejamos: o Sr. Silva não sabe comer um bolo rei com maneiras, não sabe quantos cantos têm os Lusíadas e comporta-se sempre como um parolo das couves convidado para casa do rei quando anda "lá fora", pelo largo mundo, tem sempre aquele ar do menino bem comportado da aldeia no seu fatinho domingueiro, é só ver a profusão de fotografias com os grandes do mundo que o homenzinho pôs na sua auto-biografia, volume dois (tem aliás uma foto ainda mais gira de duas págunas, que ele mais a sua Maria, de mãos dadas, ela com o largo sorriso de moçoila de aldeia e ele com a inexpressividade de cara de pau do costume em frente à pirâmide de Queops). Por isso é que ele era o bom aluno da Europa, porque essencialmente fazia tudo o que lhe mandavam os que eram mais que ele, os que eram mais espertos mais fortes mais belos que o triste do portuguesinho.

Claro que a nível nacional o pobre portuguesinho tornava-se imediatamente num déspota da pior espécie, com uma incapacidade incrível de ouvir quem quer que fosse, e que, dizendo que detestava a máquina partidária, lá a ia deixando engordar e engordar (ainda me lembro dos meninos da JSD me tentarem convencer a pertencer àquela aberração indecente explicando-me as coisas que eu podia ganhar de graça por lá andar) e encheu o partido de bajuladores e tecnocratas bisonhos, pois eram o único tipo de pessoas que se coadunavam com o "estilo" governativo dele (talvez por isso que desde o Cavaco que os líderes do PSD têm sido uma absoluta desgraça atrás de outra, desde o estriónico Marcelo, ao inefável Santana, passando pelo tíbio cherne).

No fundo, vamos a ver, o Cavaco é tão somente o típico patrão português que eu vejo de vez em quando nos aeroportos e aeronaves da Tap Air Portugal, vestido com grandes fatos, muito cinzentos, caros e ultrapassados, que fala de baixo para cima, cheio de salamaleques, para os seus colegas estrangeiros (esses deuses) e muito de cima para baixo para os nacionais (esses montinhos de merda), ao passo que estoira dinheiro em qualquer disparate que ache que lhe permite mostrar "nível". E a verdade é que os portugueses gostam disto, porque são também eles assim, provincianos, subservientes e déspotas. Veja-se por exemplo o quanto Portugal quer ser conhecido no mundo pela sua "hospitalidade", que muitas vezes não é nada mais do que pura e simples subserviência da mais rasteira que há. Os portugueses gostam de ser feitos gato-sapato, de andar a toque de caixa, de ter pais tiranos, pelo simples facto que não há nada que detestem mais do que ser responsáveis pela própria vida. Ou alguém toma a responsabilidade por eles, ou eles assumem a responsabilidade pela vida de outros.

É isso afinal que tanto o Sebastianismo, como o Salazarismo, como o Cavaquismo são, mais e antes que tudo: provincianismo, subserviência e despotismo.

E agora, deixem-me lá ver como anda a bolsa...

As acções as acções aaah

Eu sabia que nunca devia ter comprado acções na vida... Com o meu comportamente obsessivo-compulsivo do costume isto de estar constantemente a olhar para o valor corrente pode tornar-se um problema insanável.

E isto é agora, que o diabo das coisas até tem estado a ganhar desde que as comprei...
Que farei eu quando começarem a cair???

11.1.06

O Capitalismo

Comprei acções pela primeira vez na minha vida.
Pus parte substancial das minhas economias de uma (quase jovem) vida nessa coisa.
Consegui até agora um impressionante ROI de quase 10% em 5 dias (o pior é amanhã).

Ganhei imediatamente uma compulsão impossível de persistentemente carregar no botão de refresh do browser de segundo a segundo no finance.yahoo (tenho de arranjar um RSS, mas sou um engenheiro tecnologicamente inepto, só não digam nada ao meu patrão, e até recentemente detestava tudo quanto fosse engenhocas, até comprar um Communicator da Nokia, e depois um laptop e depois um iPod... mas acabou-se por agora o wiring up, acho que estas engenhocas me estão a devorar a alma).

Comprar acções é mais ou menos como jogar o Championship Manager, afinal de contas, com a ressalva de que aqui se pode ganhar ou perder dinheiro a sério(dinheiro esse com o qual nunca me preocupei muito até há cinco dias atrás, até porque hoje em dia já posso comprar mais livros do que os que consigo ler, o mesmo se aplicando a CDs - e quem é que ainda compra CDs - e DVDs).

Será que me estou a tornar um capitalista???

Mas noto porém que não fiquei com uma súbita desmesurada necessidade de votar no Cavaco ou de aclamar o George Bush. A minha repugnância por eles continua imaculada.

E, francamente, com os 60% do tipo nas sondagens, começo a pensar que os portugueses são uma cambada de idiotas, mais ou menos como os tristes da Madeira com o seu Alberto João. Then again... os Estados Unidos votam Bush e um dos escritores mais lidos no mundo é um retardadinho idiota brazileiro chamado Paulo Coelho...

E depois ainda falam de democracia e da vontade soberana do povo. Pois pois...

No fundo o que me faz infeliz é ser bem mais inteligente do que a média neste triste mundo, sem chegar contudo ao nível de hiper-super-génio... o jogo médio...

9.1.06

Mais anti-Cavaco

Os 60% do Cavaco nas sondagens descoroçoam-me.
Não acredito que os portugueses possam realmente querer um presidente que se crê treinador do primeiro-ministro, como Cavaco o disse há pouco tempo.
Prevejo que o Cavaco será um mau presidente, a pensar que é um Mourinho, quando a função do presidente é a de um Collina. É a receita garantida para 4 anos de instabilidade governativa, algo que um país destroçado como Portugal não pode suportar.

Como bem diz a Clara Ferreira Alves no Diário Digital (esse pasquim electrónico):

de facto, ele não é um político, e de política nada sabe e nem a quer discutir. A política, para ele, é o exercício da autoridade ou o acordo tácito. O resto é pragmatismo empírico, e chavões sobre desenvolvimento, que conhecemos do tempo do cavaquismo, quando o desenvolvimento era o nosso motor de arranque e Cavaco o seu arauto, como primeiro-ministro. O primeiro-ministro do primeiro «tigre asiático» da Europa.

A verdade é que o modelo de desenvolvimento do cavaquismo, do betão e das auto-estradas ao modelo da Administração Pública, falhou. Graças a ele, e depois à fraqueza de Guterres, e à anedota dos consulados barrosista e santanista, estamos onde estamos. O mais bizarro é que Cavaco continua a falar como se fosse para primeiro-ministro e ainda ninguém o convenceu de que não vai, se for. E se for, vai com o seu partido atrás, que ele despreza. E a sua clientela, o empresariado português, a banca, com as facturas na mão.

8.1.06

A citaçao do ano 2005

Barbara Bush, sobre os evacuados do furacão Katrina: 5-7-2005

What I'm hearing which is sort of scary is that they all want to stay in Texas. Everybody is so overwhelmed by the hospitality. And so many of the people in the arena here, you know, were underprivileged anyway so this (chuckle) – this is working very well for them."