3.10.08
De quem é a culpa afinal pela crise financeira
Decididamente, este tipo tem um toque como o do Midas, mas em vez de oiro, cria m....! Andava eu a pensar que o problema do crédito mal atribuído nos EUA era só um problema de falta de fiscalização e afinal, eis o que dizia a webpage da Casa branca, por volta de 2004:
"Expanding Homeownership. The President believes that homeownership is the cornerstone of America's vibrant communities and benefits individual families by building stability and long-term financial security. In June 2002, President Bush issued America's Homeownership Challenge to the real estate and mortgage finance industries to encourage them to join the effort to close the gap that exists between the homeownership rates of minorities and non-minorities. The President also announced the goal of increasing the number of minority homeowners by at least 5.5 million families before the end of the decade. Under his leadership, the overall U.S. homeownership rate in the second quarter of 2004 was at an all time high of 69.2 percent. Minority homeownership set a new record of 51 percent in the second quarter, up 0.2 percentage point from the first quarter and up 2.1 percentage points from a year ago. President Bush's initiative to dismantle the barriers to homeownership includes:
American Dream Downpayment Initiative, which provides down payment assistance to approximately 40,000 low-income families;
Affordable Housing. The President has proposed the Single-Family Affordable Housing Tax Credit, which would increase the supply of affordable homes;
Helping Families Help Themselves. The President has proposed increasing support for the Self-Help Homeownership Opportunities Program; and
Simplifying Homebuying and Increasing Education. The President and HUD want to empower homebuyers by simplifying the home buying process so consumers can better understand and benefit from cost savings. The President also wants to expand financial education efforts so that families can understand what they need to do to become homeowners."
1.12.07
O Kalevala
E pronto. O "meu" Kalevala está nas livrarias, publicado sob a chancela Ministério dos Livros. Sinto-me um pouco nervoso, porque sempre que folheio o meu exemplar consigo encontrar qualquer coisa que podia ter feito melhor. Mas enfim, acho que num monstro deste tamanho era quase impossível escolher sempre as melhores palavras. Claro que não vou resistir a manter um texto com mais alterações, na esperança remota de que venha a haver uma segunda edição... mas por ora, tenho uma tese de doutoramento a escrever (já vai com um ano de atraso), tenho um emprego que que me dá trabalho em quantidades industriais (a razão principal porque não escrevi nada aqui por muito muito tempo), um filho (a outra razão principal porque...), e um ou dois projectos literários para que gostava de ter tempo. Em todo o caso, por favor, digam-me do que acharam do livro, se o leram.
4.5.07
22.2.07
14.2.07
7 grandes bandas desenhadas
1- Watchmen, por Allan Moore
2- Dark Knight Returns, por Frank Miller
3- Astérix: Obélix Co / Os Louros de César, por Goscinny e Uderzo
4- Le Tour, por Schutten e Peeters
5 -Sandman: Seasons of Mist, Doll's House, The Kindly Ones, por Neil Gaiman
6- Persepolis I-II, por Satrapi
7- Lucky Luke: Daily Star, O Juiz, Os Dalton Regeneram-se, por Morris
2- Dark Knight Returns, por Frank Miller
3- Astérix: Obélix Co / Os Louros de César, por Goscinny e Uderzo
4- Le Tour, por Schutten e Peeters
5 -Sandman: Seasons of Mist, Doll's House, The Kindly Ones, por Neil Gaiman
6- Persepolis I-II, por Satrapi
7- Lucky Luke: Daily Star, O Juiz, Os Dalton Regeneram-se, por Morris
24.1.07
20.1.07
17.1.07
Últimos livros falados lidos
Graças à maravilha dos livros falados, pode-se continuar a ler enquanto se compram fraldas e biberões, enquanto se cozinha e se limpa a casa.
Livros lidos nas últimas 3 semanas usando este processo:
Angels and Demons, Dan Brown - Por insistência do senhor meu pai, li esta coisinha. É divertido e os personagens são menos feitos de papelão que no aborrecido e celebérrimo Da Vinci Code. O retrato dado do CERN, dos cientistas e do meio científico é ridículo (O CERN mais parece a SPECTRE que um laboratório internacional de investigação). A ideia de que provar a geração "espontânea" de matéria a partir do vácuo seria considerada uma aproximação entre a ciência e a religião é tão idiota que nem tenho palavras para descrever o que sinto. O personagem do chefe de segurança do Vaticano é tão semelhante em inteligência a um calhau com olhos, ou a uma batata com óculos, ou uma porta com orelhas postiças coladas, que é confrangedor. Depois de ler este livro, apercebo-me que o Sr Dan Brown deve ter um programa gerador de livros, porque a intriga é quase igual à do Da Vinci Code. Como vantagem sobre o outro tem pelo menos o facto de não se tornar anti-climático (antes pelo contrário) e de não se dar tão absolutamente ao rídiculo. Divertido, mas exige uma consideravelmente larga lobotomia prévia.
The God Delusion, Richard Dawkins - A New York Review of Books pode dizer o que quiser sobre a falta de relevância deste livro, e remeter-nos o quanto quiser para a leitura de Kant e de Witgenstein, e outros eminentes filósofos. A defesa do ateísmo que Dawkins faz neste livro está escrita para um público inteligente, mas não necessariamente versado ou com tempo para as imensas, complexas e frequentemente mal escritas dissertações dos filósofos. O ateísmo de Dawkins é incisivo. A defesa do ateísmo que Dawkins faz é honesta, acessível e racional. Os que se dizem religiosos sem saber bem porquê deviam ler isto. Os que se dizem ateus, mas acham a religião moderada uma redundância inofensiva também deviam ler isto. Vivemos afinal numa sociedade que deve todo o seu conforto e segurança à razão mas que, apesar disso, continua a considerar a fé e a crença cega como coisas essencialmente positivas e desejáveis, entre-abrindo a porta -conquanto inocentemente - para todos os horrores do fanatismo, da intolerância e da loucura.
To Kill a Mocking Bird, Harper Lee - Belo e inocente, nunca simplista ou baratucho, um daqueles livros que faz um tipo perceber o que realmente é grande literatura. Como é que eu não li isto antes? A quem quer que ainda não o tenha lido: faça um favor a si mesmo! Ele não há muitos livros melhores...
Casino Royale, Ian Fleming - O 007 dos livros é mais complexo do que o dos filmes (a honrosa excepção sendo a última produção), menos high-tech, muito menos elegante, e muito mais cheio de defeitos. A intriga é simples, as cenas de suspense/acção muito poucas, mas bem conseguidas. A propósito: o Bacarat Chemin-de-fer deve ser o jogo mais estúpido do mundo e foi boa ideia substituirem-no pelo Texas Hold'em no filme. Em suma, um livrito que se lê depressa e que entretem, mas que deixa pouco after-taste...
And that's all for today folks. Daqui a pouco já estou outra vez a aquecer biberões... e ainda tenho trabalho para fazer hoje...
Livros lidos nas últimas 3 semanas usando este processo:
Angels and Demons, Dan Brown - Por insistência do senhor meu pai, li esta coisinha. É divertido e os personagens são menos feitos de papelão que no aborrecido e celebérrimo Da Vinci Code. O retrato dado do CERN, dos cientistas e do meio científico é ridículo (O CERN mais parece a SPECTRE que um laboratório internacional de investigação). A ideia de que provar a geração "espontânea" de matéria a partir do vácuo seria considerada uma aproximação entre a ciência e a religião é tão idiota que nem tenho palavras para descrever o que sinto. O personagem do chefe de segurança do Vaticano é tão semelhante em inteligência a um calhau com olhos, ou a uma batata com óculos, ou uma porta com orelhas postiças coladas, que é confrangedor. Depois de ler este livro, apercebo-me que o Sr Dan Brown deve ter um programa gerador de livros, porque a intriga é quase igual à do Da Vinci Code. Como vantagem sobre o outro tem pelo menos o facto de não se tornar anti-climático (antes pelo contrário) e de não se dar tão absolutamente ao rídiculo. Divertido, mas exige uma consideravelmente larga lobotomia prévia.
The God Delusion, Richard Dawkins - A New York Review of Books pode dizer o que quiser sobre a falta de relevância deste livro, e remeter-nos o quanto quiser para a leitura de Kant e de Witgenstein, e outros eminentes filósofos. A defesa do ateísmo que Dawkins faz neste livro está escrita para um público inteligente, mas não necessariamente versado ou com tempo para as imensas, complexas e frequentemente mal escritas dissertações dos filósofos. O ateísmo de Dawkins é incisivo. A defesa do ateísmo que Dawkins faz é honesta, acessível e racional. Os que se dizem religiosos sem saber bem porquê deviam ler isto. Os que se dizem ateus, mas acham a religião moderada uma redundância inofensiva também deviam ler isto. Vivemos afinal numa sociedade que deve todo o seu conforto e segurança à razão mas que, apesar disso, continua a considerar a fé e a crença cega como coisas essencialmente positivas e desejáveis, entre-abrindo a porta -conquanto inocentemente - para todos os horrores do fanatismo, da intolerância e da loucura.
To Kill a Mocking Bird, Harper Lee - Belo e inocente, nunca simplista ou baratucho, um daqueles livros que faz um tipo perceber o que realmente é grande literatura. Como é que eu não li isto antes? A quem quer que ainda não o tenha lido: faça um favor a si mesmo! Ele não há muitos livros melhores...
Casino Royale, Ian Fleming - O 007 dos livros é mais complexo do que o dos filmes (a honrosa excepção sendo a última produção), menos high-tech, muito menos elegante, e muito mais cheio de defeitos. A intriga é simples, as cenas de suspense/acção muito poucas, mas bem conseguidas. A propósito: o Bacarat Chemin-de-fer deve ser o jogo mais estúpido do mundo e foi boa ideia substituirem-no pelo Texas Hold'em no filme. Em suma, um livrito que se lê depressa e que entretem, mas que deixa pouco after-taste...
And that's all for today folks. Daqui a pouco já estou outra vez a aquecer biberões... e ainda tenho trabalho para fazer hoje...
13.1.07
3.1.07
É tempo de voltar
Não, não fiz nenhuma decisão de ano novo de voltar a escrever este pasquim. É apenas que preciso de um outlet público para as minhas frustrações diárias como todo e qualquer pobre matajuano. Preciso da minha ilusão de fama instantânea tipo Big Brother, preciso de um interlocutor quando me apetece falar com os meus botões e, sendo um ateu convicto, não tenho nem deusinhos nem santinhos nem anjinhos para em aturarem. Por isso cá estamos de novo.
As grandes novidades da minha vida:
-Acabei a tradução da Kalevala, revia-a, re-revia-a e re-revia. Tenho a sensação de que se continuasse a olhar para ela ainda havia muito a corrigir, mas enfim. Tenho visto muita gente lixar vida e obra pela sua própria incapacidade de aceitar que qualquer obra humana é imperfeita. Lembram-se do velhote d' A Peste, que nunca conseguia passar da primeira fase do seu romance? Agora vamos lá a ver se é publicada...
-Li bués de livros, ressuscitei a minha paixão infantil por revistas de banda desenhada. E não, não são daquelas intelectuais, é mesmo do piorio, super-heróis e coisas afim. No dia em que a minha namorada descobrir que comprei um lote de 200 revistas da Justice League of America (pela módica quantia de 250 euros) e que o nosso humilde apartamento, já atolado de livros, CDs, DVDs e consolas de jogos, e até jogos de cartas coleccionáveis (os quais não jogo), vai receber mais um substancial influxo de celulose, sou capaz de ter uma mulher à beira de um ataque de nervos em casa.
-Vou ser pai em meia dúzia de dias. A família tem sido tão generosa no que toca à oferta de prendas que o ainda-não-nascido já tem um guarda-roupa dez vezes maior que o pai e a mãe combinados. Estou nervoso como o caraças, e o facto de ter decidido como objectivo para o ano que começa escrever finalmente a minha várias-vezes-adiada tese de doutoramento, também não ajuda. Insónia e anti-depressivos são o meu triste fado. Mais notícias acerca de Baby Moreira (working title) to follow nas semanas que se seguem.
E por agora é tudo. O facto de saber que hoje em dia já ninguém lê este blog é estranhamente relaxante...
As grandes novidades da minha vida:
-Acabei a tradução da Kalevala, revia-a, re-revia-a e re-revia. Tenho a sensação de que se continuasse a olhar para ela ainda havia muito a corrigir, mas enfim. Tenho visto muita gente lixar vida e obra pela sua própria incapacidade de aceitar que qualquer obra humana é imperfeita. Lembram-se do velhote d' A Peste, que nunca conseguia passar da primeira fase do seu romance? Agora vamos lá a ver se é publicada...
-Li bués de livros, ressuscitei a minha paixão infantil por revistas de banda desenhada. E não, não são daquelas intelectuais, é mesmo do piorio, super-heróis e coisas afim. No dia em que a minha namorada descobrir que comprei um lote de 200 revistas da Justice League of America (pela módica quantia de 250 euros) e que o nosso humilde apartamento, já atolado de livros, CDs, DVDs e consolas de jogos, e até jogos de cartas coleccionáveis (os quais não jogo), vai receber mais um substancial influxo de celulose, sou capaz de ter uma mulher à beira de um ataque de nervos em casa.
-Vou ser pai em meia dúzia de dias. A família tem sido tão generosa no que toca à oferta de prendas que o ainda-não-nascido já tem um guarda-roupa dez vezes maior que o pai e a mãe combinados. Estou nervoso como o caraças, e o facto de ter decidido como objectivo para o ano que começa escrever finalmente a minha várias-vezes-adiada tese de doutoramento, também não ajuda. Insónia e anti-depressivos são o meu triste fado. Mais notícias acerca de Baby Moreira (working title) to follow nas semanas que se seguem.
E por agora é tudo. O facto de saber que hoje em dia já ninguém lê este blog é estranhamente relaxante...
9.6.06
27.4.06
Oito coisas que eu queria ser quando fosse grande
-Famoso
-Escritor
-Actor
-Cantor
-Super-heroi
-Primeiro-Ministro
-Indiana Jones
-Samurai
0/8 - 0% de concretização, isto anda mesmo a correr bem...
-Escritor
-Actor
-Cantor
-Super-heroi
-Primeiro-Ministro
-Indiana Jones
-Samurai
0/8 - 0% de concretização, isto anda mesmo a correr bem...
Wild Ones, dos Suede
And oh if you stay then I'll chase the rainblown fields away
We'll shine like the morning and sin in the sun
Oh if you stay
We'll be the wild ones, running with the dogs today
We'll shine like the morning and sin in the sun
Oh if you stay
We'll be the wild ones, running with the dogs today
25.4.06
A ganancia e um valente tiro nos pes
Já alguma vez pensaram para que é que foram precisas tantos contratos com empresas estrangeiras para reconstruir o Iraque, quando os iraquianos se tinham safado tão bem a reconstruir tudo depois da primeira Guerra no Golfo, e debaixo de um pesado boicote comercial?
E que o Iraque está cheio de desempregados que são mão-de-obra barata para milícias e gangues?
Normalmente a guerra tem um lado positivo para um país dizimado: o esforço de reconstrução do país mantém a população ocupada e altamente motivada. Assim se verificaram os milagres económicos do Japão e da Alemanha no pós-guerra.
Mas os americanos foram para o Iraque com a ideia de partirem tudo, e reconstruirem eles mesmo por preços exorbitantes (vão ver o blogue Bagdad Burning, aliás um dos blogues mais interessantes que já visitei), de forma a servirem a sua imensa clientela de corporações (Halliburton anyone).
Talvez mais do que qualquer outra coisa tenha sido isso que fez do Iraque um falhanço.
E talvez a teoria neo-conservadora tenha falhado sobretudo porque os neo-conservadores são hipócritas, gananciosos e estúpidos...
Nunca desde que eu nasci o mundo deve ter estado tão mal como agora. Ora merda para isto tudo!
E que o Iraque está cheio de desempregados que são mão-de-obra barata para milícias e gangues?
Normalmente a guerra tem um lado positivo para um país dizimado: o esforço de reconstrução do país mantém a população ocupada e altamente motivada. Assim se verificaram os milagres económicos do Japão e da Alemanha no pós-guerra.
Mas os americanos foram para o Iraque com a ideia de partirem tudo, e reconstruirem eles mesmo por preços exorbitantes (vão ver o blogue Bagdad Burning, aliás um dos blogues mais interessantes que já visitei), de forma a servirem a sua imensa clientela de corporações (Halliburton anyone).
Talvez mais do que qualquer outra coisa tenha sido isso que fez do Iraque um falhanço.
E talvez a teoria neo-conservadora tenha falhado sobretudo porque os neo-conservadores são hipócritas, gananciosos e estúpidos...
Nunca desde que eu nasci o mundo deve ter estado tão mal como agora. Ora merda para isto tudo!
O eterno retorno
Dizia o Abraham Lincoln em 1848, opondo-se à guerra com o México:
"Allow the President to invade a neighboring nation, whenever he shall deem it necessary to repel an invasion and you allow him to do so whenever he may choose to say he deems it necessary for such purpose -- and you allow him to make war at pleasure [. . .] If, today, he should choose to say he thinks it necessary to invade Canada to prevent the British from invading us, how could you stop him? You may say to him, 'I see no probability of the British invading us'; but he will say to you, 'Be silent; I see it, if you don't.' "
(Vi isto numa coluna de opinião, não resisti a transcrever)
"Allow the President to invade a neighboring nation, whenever he shall deem it necessary to repel an invasion and you allow him to do so whenever he may choose to say he deems it necessary for such purpose -- and you allow him to make war at pleasure [. . .] If, today, he should choose to say he thinks it necessary to invade Canada to prevent the British from invading us, how could you stop him? You may say to him, 'I see no probability of the British invading us'; but he will say to you, 'Be silent; I see it, if you don't.' "
(Vi isto numa coluna de opinião, não resisti a transcrever)
14.4.06
Sexta feira santa
Já se puseram a imaginar como as igrejas ( e a religião e quiçá toda a arte europeia) seriam diferentes se Cristo em vez de crucificado tivesse sido empalado?
2.4.06
Bruckner e o prazer de estar vivo
Hoje, 14h15, concertgebouw em amsterdão, sinfonia n7 do Bruckner (a minha preferida), o Bernard Haitink como maestro.
Foi um concerto verdadeiramente soberbo, daqueles em que os pelos se arrepiam todos e donde se sai com aquela sensação que há beleza e maravilha qb neste nosso mundinho.
Foi um concerto verdadeiramente soberbo, daqueles em que os pelos se arrepiam todos e donde se sai com aquela sensação que há beleza e maravilha qb neste nosso mundinho.