24.1.07

Muito giro, mas dá cá uma trabalheira...

20.1.07

Orlando Moreira, Pater Familias

17.1.07

Últimos livros falados lidos

Graças à maravilha dos livros falados, pode-se continuar a ler enquanto se compram fraldas e biberões, enquanto se cozinha e se limpa a casa.
Livros lidos nas últimas 3 semanas usando este processo:

Angels and Demons, Dan Brown - Por insistência do senhor meu pai, li esta coisinha. É divertido e os personagens são menos feitos de papelão que no aborrecido e celebérrimo Da Vinci Code. O retrato dado do CERN, dos cientistas e do meio científico é ridículo (O CERN mais parece a SPECTRE que um laboratório internacional de investigação). A ideia de que provar a geração "espontânea" de matéria a partir do vácuo seria considerada uma aproximação entre a ciência e a religião é tão idiota que nem tenho palavras para descrever o que sinto. O personagem do chefe de segurança do Vaticano é tão semelhante em inteligência a um calhau com olhos, ou a uma batata com óculos, ou uma porta com orelhas postiças coladas, que é confrangedor. Depois de ler este livro, apercebo-me que o Sr Dan Brown deve ter um programa gerador de livros, porque a intriga é quase igual à do Da Vinci Code. Como vantagem sobre o outro tem pelo menos o facto de não se tornar anti-climático (antes pelo contrário) e de não se dar tão absolutamente ao rídiculo. Divertido, mas exige uma consideravelmente larga lobotomia prévia.

The God Delusion, Richard Dawkins - A New York Review of Books pode dizer o que quiser sobre a falta de relevância deste livro, e remeter-nos o quanto quiser para a leitura de Kant e de Witgenstein, e outros eminentes filósofos. A defesa do ateísmo que Dawkins faz neste livro está escrita para um público inteligente, mas não necessariamente versado ou com tempo para as imensas, complexas e frequentemente mal escritas dissertações dos filósofos. O ateísmo de Dawkins é incisivo. A defesa do ateísmo que Dawkins faz é honesta, acessível e racional. Os que se dizem religiosos sem saber bem porquê deviam ler isto. Os que se dizem ateus, mas acham a religião moderada uma redundância inofensiva também deviam ler isto. Vivemos afinal numa sociedade que deve todo o seu conforto e segurança à razão mas que, apesar disso, continua a considerar a fé e a crença cega como coisas essencialmente positivas e desejáveis, entre-abrindo a porta -conquanto inocentemente - para todos os horrores do fanatismo, da intolerância e da loucura.

To Kill a Mocking Bird, Harper Lee - Belo e inocente, nunca simplista ou baratucho, um daqueles livros que faz um tipo perceber o que realmente é grande literatura. Como é que eu não li isto antes? A quem quer que ainda não o tenha lido: faça um favor a si mesmo! Ele não há muitos livros melhores...

Casino Royale, Ian Fleming - O 007 dos livros é mais complexo do que o dos filmes (a honrosa excepção sendo a última produção), menos high-tech, muito menos elegante, e muito mais cheio de defeitos. A intriga é simples, as cenas de suspense/acção muito poucas, mas bem conseguidas. A propósito: o Bacarat Chemin-de-fer deve ser o jogo mais estúpido do mundo e foi boa ideia substituirem-no pelo Texas Hold'em no filme. Em suma, um livrito que se lê depressa e que entretem, mas que deixa pouco after-taste...

And that's all for today folks. Daqui a pouco já estou outra vez a aquecer biberões... e ainda tenho trabalho para fazer hoje...

13.1.07

Juliano Alexandre Weber Moreira

3.1.07

É tempo de voltar

Não, não fiz nenhuma decisão de ano novo de voltar a escrever este pasquim. É apenas que preciso de um outlet público para as minhas frustrações diárias como todo e qualquer pobre matajuano. Preciso da minha ilusão de fama instantânea tipo Big Brother, preciso de um interlocutor quando me apetece falar com os meus botões e, sendo um ateu convicto, não tenho nem deusinhos nem santinhos nem anjinhos para em aturarem. Por isso cá estamos de novo.

As grandes novidades da minha vida:
-Acabei a tradução da Kalevala, revia-a, re-revia-a e re-revia. Tenho a sensação de que se continuasse a olhar para ela ainda havia muito a corrigir, mas enfim. Tenho visto muita gente lixar vida e obra pela sua própria incapacidade de aceitar que qualquer obra humana é imperfeita. Lembram-se do velhote d' A Peste, que nunca conseguia passar da primeira fase do seu romance? Agora vamos lá a ver se é publicada...
-Li bués de livros, ressuscitei a minha paixão infantil por revistas de banda desenhada. E não, não são daquelas intelectuais, é mesmo do piorio, super-heróis e coisas afim. No dia em que a minha namorada descobrir que comprei um lote de 200 revistas da Justice League of America (pela módica quantia de 250 euros) e que o nosso humilde apartamento, já atolado de livros, CDs, DVDs e consolas de jogos, e até jogos de cartas coleccionáveis (os quais não jogo), vai receber mais um substancial influxo de celulose, sou capaz de ter uma mulher à beira de um ataque de nervos em casa.
-Vou ser pai em meia dúzia de dias. A família tem sido tão generosa no que toca à oferta de prendas que o ainda-não-nascido já tem um guarda-roupa dez vezes maior que o pai e a mãe combinados. Estou nervoso como o caraças, e o facto de ter decidido como objectivo para o ano que começa escrever finalmente a minha várias-vezes-adiada tese de doutoramento, também não ajuda. Insónia e anti-depressivos são o meu triste fado. Mais notícias acerca de Baby Moreira (working title) to follow nas semanas que se seguem.

E por agora é tudo. O facto de saber que hoje em dia já ninguém lê este blog é estranhamente relaxante...