2.12.05

A teoria do meinho

Diz-se muito que é no meio que fica a virtude. O meu sexagenário progenitor muito bem me explicou durante uma recente conversa qual é o problema da nação lusa:

-Temos mais analfabetos que os Holandeses, porque o país deles é muito mais densamente povoado e não há tanto isolamento, ao passo que somos mais analfabetos que os Finlandeses por eles terem tão pouca população, e tão dispersa, é fácil de educar.
-Somos menos produtivos do que Alemanha, porque a Alemanha é um país bem maior, com um mercado interno mais amplo. Somos menos produtivos do que a Holanda e o Luxemburgo exactamente porque, sendo estes mais pequenos, podem organizar-se melhor.
-A Holanda tem vantagens sobre nós por ser mais central na Europa, mas a Finlândia e a Irlanda ganham-nos por, sendo periféricas, terem sido forçadas a fazer um forte investimento numa infrastrutura de transportes, o que serve de estímulo da economia.

Como o meu irmão bem sumarizou, o problema é equivalente ao jogo médio do King: nem dá para jogar para fazer todas as vasas, nem nenhuma, nem se pode jogar para cima, nem para baixo. É uma chatice.

Note-se que nunca na exposição desta teoria foi aventada a possibilidade de a ruína lusitana se dever a outros factores que não os exclusivanente geográficos ou demográficos.